domingo, 26 de dezembro de 2010

tOdO FiNaL dE aNo é A mEsMa CoiSa?

Todo final de ano é a mesma coisa, afinal de contas os ritos acontecem a partir das repetições... Todo final de ano ocorre a invasão do sentimento consumista, acho que as luzinhas de natal encantam tanto que fica muito difícil dizer não. Quando vejo, estou pensando em um presentinho para fulano, sicricano, bertano. Parece obrigação, mas no fundo da prazer... muito prazer... Todo final de ano aquela correria na cozinha, a cansativa preparação daqueles pratos calóricos, cheio de cheiro, cores e sabores... Todo final de ano acontece a reflexão, a construção de projetos para o novo ano... Dos ritos de final de ano, o do reveillon tem feito muito mais sentido para mim, pois estou bem afastada do cristianismo, que é imposto “goela abaixo” para todos. Sobre cristianismo, melhor parar por aqui, quero mesmo é refletir sobre reveillon e as esperanças que este rito nos traz... As vezes penso como seria a vida se o calendário fosse contínuo, ou se o calendário não existisse... Será que contaríamos o tempo? Ou não contaríamos? Talvez seguríamos dia a após dia e não teríamos nem a chance de renovar as esperanças. A vida seguiria contínua e em linha reta. Retilínea, muito retilínea... Acho que seria estranho. Mesmo assim, a terra continuaria girando em torno do sol, girando sem contas, sem números... seria estranho, mas também poderia ser bom. Voltando a realidade, ao tempo contabilizado em números que são expressos em calendários. Por isso o novo calendário traz uma sensação de algo novo. Do particular inserido no geral. Daqui alguns dias, veremos em nossas agendas o n. 2011. E se de 2010 vamos para 2011, é uma chance de re-iniciarmos, mesmo que seja um fragmentozinho de nossa vida. Um ano é um fragmento de uma vida que pode durar muitos anos. Creio que se fizessêmos uma pesquisa empírica, veríamos que 90% das pessoas renovam as esperanças para o ano que se inicia. Isso é parte do rito. O rito acontece por meio da repetição e traz muitos significados. Significados positivos, ora bolas! Quem sabe ano que vem consigo um emprego melhor? Quem sabe ano que vem começo estudar? Quem sabe ano que vem faço uma viagem legal? Quem sabe encontro um amor? Quem sabe tenho filho? Acredito que quase ninguém fica pensando: Quem sabe eu fico doente? Quem sabe eu sofra um acidente? Quem sabe eu perca o emprego? Seria burrice tanto pessimismo... Agora eu penso: e o otimismo, será que faz tanto sentido? Sentindo, sentido, acho que não tem não... mas vejo que é bom. Melhor ser otimista e se agarrar na pseudo-oportunidade que a virada do calendário nos dá para renovarmos as esperanças... Mas esta renovação acompanha um gelinho na barriga... Há sempre o “quem sabe”, pois ninguém tem certeza de nada... a vida é incerta, isso sim é certo! Mesmo assim, como todas as pessoas, todo final de ano estou renovando as esperanças... E, o mais importante de tudo, é que nesta virada de ano tenho muito mais otimismo que nunca. Acredito que 2011 será o ano da minha vida. Em 2011 realizarei alguns sonhos especiais. Todo final de ano é a mesma coisa... Todo final de ano é a mesma coisa, estou eu aqui escrevendo irrelevâncias neste blog. Mas na minha história há algo diferente, passarei o reveillon ao lado do meu amor, eis um desejo feito no réveillon do ano passado... Esperança renovada, desejo realizado, coisa boa temos que compartilhar! No final das contas, todo final de ano é a mesma coisa, mas desta vez é diferente, acho que tudo se repete, mas com novas expressões. Os ritos se repetem, mas a vida não...tOdO FiNaL dE aNo é A mEsMa CoiSa? Que venha 2011 com muita renovação para todos nós...

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

um pouco da pesquisa de campo

... quero escrever um pouquinho aqui sobre o início das vivências concretas da pesquisa que estou desenvolvendo... Em pleno início de dezembro desenvolvi a pesquisa de campo inicial. Estive nos locais que os adolescentes estão apreendidos... Fiz pesquisa documental. Primeira experiência de estudar documentos! E posso dizer sem receio: gostei! Tinha muito preconceito com isso, mas foi bem interessante ver a materialização de questões que me preocupam em documentos. Os documentos despertam entrelinhas. Os documentos mostram caminhos. A viagem foi tranquila, mas peguei chuva na estrada. Não encontrei nenhum plantão policial. Fui por outros caminhos e deu para entender um pouco mais das rotas existentes no Paraná. Em Toledo, uma cidadezinha bonita, levantei algumas situações de meninos e meninas exploradas pelo tráfico. Em Foz do Iguaçu a coisa é realmente complexa. Lá há muitos casos e fiquei supreendida com a realidade. Confesso que esperava menos, e ao ler os documentos, vi que questão que estou estudando é fenomeno muito mais complexo do que imaginava. Em Cascavel, novas situações... Em Londrina, surpresa: quase nenhuma situação de apreensão de adolescentes por estarem transportando entorpecentes. No mais, estou sistematizando os dados e, é claro, que não apresentarei aqui, pois trata-se de uma tesa científica... não é assunto secundário para ser exposto aqui no blog. O que posso dizer é que fiquei muito preocupada com a situação de meninos e meninas que são explorados pelo tráfico de drogas. Meninos e meninas que estão em situação de risco extrema. Meninos e meninas que são vistos pelo sistema de justiça como traficantes. Meninos e meninas que são meninos e meninas com uma particularidade: possuem a coragem de arriscar. Foi essa a impressão que tive ao ler os documentos. Me pareceu que os meninos e meninas estão o tempo todo cientes de que a qualquer momento poderão ser apreendidos e,por por conseguinte, perderem as cargas de seus "patrões"... Meninos e meninas, que mesmo com coragem, sabem que correm risco sempre. Ao ler os documentos tive sensações fortes... Senti o medo deles e delas. Bom, isso pode ser exagero de minha parte, mas senti. Senti, talvez um pouco do que seria a sensação de ser adolescente e de carregar muito mais que uma mala cheia de drogas, carregar o peso do mundo nas costas.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

o mundo gira...

Há exatamente um ano eu estava assinando o financiamento do apartamento. Cheia de dores, medos, angustias. Não acreditava que o sofrimento passaria. Parecia que iria carregar aquele peso pro resto da vida. Me sentia fracassada. Me sentia autonoma demais, e isso doia. Doia muito. Li algumas postagens do blog de dezembro de 2009 e vi como estava maluca. E como é bom olhar para trás, como se usasse um binóculo, e perceber que o mundo gira. No ano passado estava maluca nesta época do ano e mesmo assim, assinava o financiamento de um apartamento. Hoje, estou decidindo a viagem de férias com meu amor. Do amor que procurei a vida inteira. Do homem que é homem em minha vida. Do homem que me faz bem. Tenho acreditado cada dia mais. E o apartamento financiado de um ano atrás, que trazia tanta angustia, é palco de uma vivência maravilhosa com uma pessoa linda. O mundo gira e como gira... Não me sinto mais sozinha. Não me sinto mais autonoma de mais. Tenho bem menos medo. Confio muito mais. Acredito no amor. E o mundo gira... gira... gira... e continuará girando!