domingo, 30 de maio de 2010

copa de 2010, também mudei!

sobre a postagem abaixo!!!!

hoje estava conversando com uma amiga sobre as copas do mundo e minhas mudanças e ela me disse: este ano você também mudou! Lembrei-me que há 3 meses apenas, mudei de apartamento... que loucura... ano de copa, ano de mudança...
Espero que os elementos subjetivos que caminham com a mudança também se mostrem em breve!!!!
Enfim: na compa de 2010, também mudei!!!! Maravilha!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

minha vida nos outonos que antecedem as copas do mundo: 1998, 2002, 2006, 2010!

... o que mais tem se falado no outono de 2010 é sobre a Copa do Mundo (em especial, sobre as ecolhas do Dunga determinadas pela Nike).. Hoje fiquei pensando, como eu estava em outubro de 2006, 2002 e 1998... E a reflexão foi bem legal. Lembrei que nos ultimos doze anos (o que não é pouco!) muitas coisas aconteceram. No outono de 1998 estava tentando a vida no Rio de Janeiro, mais especificamente, em Niterói. Tentei viver lá, morava com lindas africanas, meninas de Cabo Verde. A casa era em uma vilazinha, onde os adolescentes pintaram a rua de verde e amarelo. Colocaram bandeirinhas, ficou tudo tão lindo... Tão alegre. E eu estava naquele lugar cheia de sonhos e também de frustrações, pois meus planos não deram certo. Mas pude viver. Pude viver novas emoções. Conhecer novas pessoas. Hoje penso em ir atrás daquelas meninas. O que será que elas tem feito da vida?! Onde estão? Será que voltaram para Cabo Verde? Algumas pessoas passam por nossas vidas e nem me damos conta que elas mudaram nossa história, todavia, apenas em uma passagem. Fiz amigos... assisti os jogos com eles! Já no outono de 2002, estava eu, mudando para o Paraná. Cheia de dor por deixar a FEBEM/SP e iniciar nova vida em outro estado. Conta no vermelho, mas cheia de esperança. Mas também estava cheia de tristeza por ter deixado aqueles meninos para trás. O fato de ter ido cuidar da minha vida pesava. Pesava bastante. Fiz amigos... assisti jogos da copa com eles! No outono de 2006, estava vivendo nova fase, morando em Londrina... muito feliz com a mudança. Fazendo novos amigos, novos paqueras.. enfim.. novidades, sempre copa do mundo é tempo de novidade! E este ano... outono de 2010? Sim... tem coisas acontecendo, mas não sou a mesma menina de doze anos atrás. Não ser mais aquela menina tem pesado. É pesado ser adulta. É pesado ter consciência. É pesado ter razão. Doze anos se passaram, muita coisa passou, mas ainda me sinto sozinha. Me sinto perdida. Sou adulta, mas me sinto como a menina de doze anos atrás... estou insegura. É isso... Sorte no jogo (profissão), azar no amor, eis a minha sina... E que venham os jogos da copa de 2010...pelo menos a alegria africana irá me contagiar. Isso é certo!

terça-feira, 25 de maio de 2010

o amor é guloso

...é, como poetiza João Cabral de Melo Neto, o amor comeu...o amor é guloso...
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.". Como amor comeu... E, o pior de tudo é que o amor comeu novos amores. O amor comeu novos amores. O amor comeu novos amores. Isso João Cabral de Melo Neto não falou, mas eu sinto: o amor comeu novos amores. O amor comeu a vontade de amar. O amor comeu a auto-estima. O amor comeu a fé. O amor comeu a esperança. O amor se fartou de tudo isso e quando olho para frente vejo: não restou quase nada. O amor comeu tudo. O amor deixou vazio. O amor deixou um vazio tão grande e, mesmo assim, continua comendo... Mas, quem sabe após o vazio, o amor passe a comer o que sobra. Comer o medo. Comer a angustia. Comer a ansiedade. Comer o ceticismo. Comer a descrença. Comer a dor que ele mesmo deixou. O amor gosta de comer. O amor não pode ser tão egoísta assim. Essa voraciadade por comer, comer, comer, deve ter uma razão de ser. E, quem sabe um dia, o amor possa matar sua fome e passe a alimentar. Quem sabe um dia, o amor farto possa compartilhar. Sim! Sim! Sim! O amor é guloso, ele come tudo para experimentar. Ele come tudo para se manter vivo. Ele come tudo para revolucionar. Ele come tudo para movimentar. Ele come tudo para renovar. E, se para Cabral de Melo Neto, o amor "...comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.". O amor depois de comer, comer, comer, trouxe equilibrio e,principalmente, levou embora o medo da morte. Acho que eu tenho razão. O amor é um guloso, curioso, irresponsável, mas gosta de estar bem alimentado para revolucionar, movimentar, renovar. O amor pode comer, comer, se fartar, ficar forte e compartilhar. Eta amor guloso!


PS: Uma reflexão bem particular a partir do poema de João Cabral de Melo Neto conhecido como "O amor comeu". abaixo, o trecho de "Os Três Mal-Amados" de João Cabral de Melo Neto


Joaquim:

O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato. O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço. O amor comeu meus cartões de visita. O amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome.

O amor comeu minhas roupas, meus lenços, minhas camisas. O amor comeu metros e metros de gravatas. O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus. O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos.

O amor comeu meus remédios, minhas receitas médicas, minhas dietas. Comeu minhas aspirinas, minhas ondas-curtas, meus raios-X. Comeu meus testes mentais, meus exames de urina.

O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia. Comeu em meus livros de prosa as citações em verso. Comeu no dicionário as palavras que poderiam se juntar em versos.

Faminto, o amor devorou os utensílios de meu uso: pente, navalha, escovas, tesouras de unhas, canivete. Faminto ainda, o amor devorou o uso de meus utensílios: meus banhos frios, a ópera cantada no banheiro, o aquecedor de água de fogo morto mas que parecia uma usina.

O amor comeu as frutas postas sobre a mesa. Bebeu a água dos copos e das quartinhas. Comeu o pão de propósito escondido. Bebeu as lágrimas dos olhos que, ninguém o sabia, estavam cheios de água.

O amor voltou para comer os papéis onde irrefletidamente eu tornara a escrever meu nome.

O amor roeu minha infância, de dedos sujos de tinta, cabelo caindo nos olhos, botinas nunca engraxadas. O amor roeu o menino esquivo, sempre nos cantos, e que riscava os livros, mordia o lápis, andava na rua chutando pedras. Roeu as conversas, junto à bomba de gasolina do largo, com os primos que tudo sabiam sobre passarinhos, sobre uma mulher, sobre marcas de automóvel.

O amor comeu meu Estado e minha cidade. Drenou a água morta dos mangues, aboliu a maré. Comeu os mangues crespos e de folhas duras, comeu o verde ácido das plantas de cana cobrindo os morros regulares, cortados pelas barreiras vermelhas, pelo trenzinho preto, pelas chaminés. Comeu o cheiro de cana cortada e o cheiro de maresia. Comeu até essas coisas de que eu desesperava por não saber falar delas em verso.

O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.


As falas do personagem Joaquim foram extraídas da poesia "Os Três Mal-Amados", constante do livro "João Cabral de Melo Neto - Obras Completas", Editora Nova Aguilar S.A. - Rio de Janeiro, 1994, pág.59.

sábado, 15 de maio de 2010

É importante! É difícil...

É importante! É difícil...
Importante, exclamação! Difícil, reticências...
É importante colocar aqui no blog que estou, finalmente, flutuando (mesmo que de leve, a explicação virá depois) por um novo homem. Além disso, é importante relatar aqui, local onde já trouxe tanta angustia e mágoa, que algo legal tem acontecido. Gente, tem um jovem homem me encantando! Estou muito feliz com isso!
É difícil, pois acreditar de novo traz medo. Mostrar, publicar sentimentos bonitos é estranho depois de tanto desrespeito. Não sei mais se devo me mostrar. Se devo ser eu. Isso dói.
Vamos a importância... É importante dizer: o mundo gira! O mundo gira e a energia que move o mundo possibilita que conheçamos pessoas especiais! Estou vivendo isso. Não sei se durará um mês, se acabará amanhã. Mas é bom..é bom demais sentir encantamento. Sentir vontade. Sentir tesão. Sentir saudade. Sentir desejo de estar junto. Sentir que devo conhecer. Sentir aquela vontade endógena de me intregar.
Vamos a dificuldade... É díficil acreditar. Sim, agora vamos a parte díficil. Depois de tanta aposta em situações que arrancaram parte da minha alma, é díficil acreditar.. acreditar 5% é díficil. Agora sou medrosa. Tenho medo de me mostrar demais. Tenho medo dele ter convicção que mexe comigo e passar a me maltratar. Tenho medo disso, tenho medo daquilo. Nunca vivi isso! Nunca tive medo de uma nova paixão. Mas agora, aos 33 anos isso acontece. É triste. Tenho me controlado, tenho me podado... Tenho medo.. medo... medo... medo de me entregar demais. Medo de levar um fora... Medo de sofrer... Medo de amar e não ser amada... Medos... Medos...
Até então, sentia apenas mágoa, tristeza e, uma leve esperança com relação aquele que nomiei aqui no blog como "Vampiro" e depois como "O Passado"... Acho que era mais cômodo estar rompida com ele e esperá-lo... Mas agora um novo homem surgiu. Não é um simples homem. É um homem que mexe com minhas emoções. É um homem que mexe com minha libido. É um homem que possuí elementos por mim valorizados. Escrevo isso e (quase) não acredito que ainda não tive coragem de dizer isso para ele. Em outros tempos, já teria dito isso e mais um pouco. Mas a dor, as feridas, as cicratizes me fazem trazer tudo para o âmbito da razão e a razão diz: figura, pé no chão. Pé no chão, figura. Será que a razão é minha amiga? Espero que sim, pois tenho me apegado muito mais a ela que aos sentimentos e desejos que invadem minha alma.
Tenho saudade da mulher que falava tudo o que queria, que nunca colocou barreiras para seus sentimentos. Mas também tenho orgulho da mulher de agora. Da mulher, que mesmo diante de tanta dor, não perdeu a esperança e vive apaixonada. Da mulher que quer tentar escrever a história de forma diferente. Da mulher que quer construir um novo padrão. Está mulher tem sofrido um pouco, pois o padrão de antes era bem mais irresponsável. E, a irresponsabiliade é sedutora.
Depois de tantos trancos, quero ser mais resposável com minha alma. Pelo menos isso!
Que a paixão da vez seja correspondida, pelo menos, que seja eterna enquanto dure. E, tomara que ele não leia este post, pois, como a realidade tem me mostrado e me contido, homens que sabem que as mulheres os querem, caem fora. Eu o quero, mas não quero que ele saiba. Isso é importante, mas, ao mesmo tempo, é extremamente díficil. É dolorido. Sera que se ele ler este texto irá se desencatar da minha energia? A realidade me mostra que isso tem imensa chance de acontecer. Vou jogar no acaso. Acho que ele não lê esta porcaria de blog. E eu preciso gritar para o mundo:
Eu o desejo!
Eu estou perdida.

tomara que ele realmente não leia, pois este texto é resultado do vinho seco de sexta-feira...

sábado, 8 de maio de 2010

caminho?

Caminante no hay camino


Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre el mar.

Nunca persequí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción;
yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
súbitamente y quebrarse...

Nunca perseguí la gloria.

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

Al andar se hace camino
y al volver la vista atrás
se ve la senda que nunca
se ha de volver a pisar.

Caminante no hay camino
sino estelas en la mar...

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Murió el poeta lejos del hogar.
Le cubre el polvo de un país vecino.
Al alejarse le vieron llorar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino,
cuando de nada nos sirve rezar.
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso.

(Antonio Machado)