quinta-feira, 18 de março de 2010

... não sou mais um joguete

Há um tempo atrás prometi para mim mesma que não seria mais um joguete na mão de nenhum homem. E isso não é tarefa fácil. Os homens estão cada vez mais livres para impor as condições de um relacionamento e dizer: é do meu jeito, ou caia fora. Ultimamente, tenho tentado valorizar-me mais. Tenho tentado olhar para os homens e ter a convicção que não dependo deles para ser feliz. Essas tentativas não têm sido fáceis. Na verdade, valorizar-se como mulher não é fácil em uma sociedade em que há mais homens que mulheres e que nós, mulheres, estamos confusas. Muitas mulheres têm dado tudo e mais um pouco, na esperança de satisfazer o desejo dos homens e, quem sabe, ganhá-los. Todavia, ao dar tudo, perdemos tudo, pois perdemos nossa alma. Dizer NÃO é difícil. Dizer SIM é fácil... Nos tempos da minha mãe, a questão era contrária. Era muito mais difícil para uma mulher dizer sim. Mas hoje, podemos tudo. Podemos dizer sim. E assim fazemos. Podemos tudo, porém, sinto que não podemos dizer NÃO... Então não podemos tudo. É uma ilusão que podemos tudo. Estamos presas. Presas ao sim. Os homens também estão confusos: não precisam de muito esforço para ganhar um sim. Certamente isso trás confusão, pois a ausência de dedicação deve trazer um vazio, todavia, o empenho de esforços em um mundo que não pede mais isso, chega ser burrice. Sim, deve ser esse o raciocínio do homem pós-moderno. Melhor conviver com o vazio do que ter que se dedicar para a conquista de uma mulher. O homem que é acostumado a ter seus desejos satisfeitos de forma imediata, não dá conta de uma mulher que quer pensar mais, que quer conhecê-lo melhor, que quer respeitar-se mais. E, quando dizemos não, eles caem fora. Ou nos tiram de sua vida. A lei do mínimo esforço, deve ser isso. Aos 33 anos, posso, sem medo de errar, gritar a todos os cantos: NÃO QUERO MAIS SER UM JOGUETE! Mesmo que para isso eu pague o preço de ficar sozinha, até encontrar um homem confiável ao ponto de ganhar o meu sim. Não estou falando de casamento ou qualquer outro tipo de relação formal. Mas falo do encontro verdadeiro, do encontro d´alma. Acredito que quando uma alma encanta a outra, existe respeito. A pressa, a afobação, as cobranças não fazem parte deste processo. Os homens afobados me perderão. A afobação não é sinal de interesse, ao contrário disso, a afobação é uma forma egoísta do homem satisfazer os seus desejos. O homem apressado não está olhando para a mulher, mas olha para um objeto que lhe causa muito desejo. Querem ter aquele objeto na hora que desejam, como desejam, onde desejam. Não posso mais me entregar para homens que olham para mim e vêem um objeto. Não sou mais joguete e ponto final. Mas, tenho que relativizar aqui, pois optar por não ser um joguete, também é jogar. É jogar um jogo que os homens não têm mais paciência de jogar.

Um comentário:

Ding disse...

Nossa....amei...suas palavras como sempre exprime o que quero dizer, mas não consigo juntar as palavras!!!
Grande beijo
Dri