sábado, 20 de fevereiro de 2010

... ainda na demanda da mundaça... cansa!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

"O Solista": lindo filme!





Sou uma carnavalesca de quinta categoria. Mesmo me emocionando ao ouvir os tamborins, surdos, reco-reco, cuíca, achar lindas as marchinhas, amar o frevo, encantar-me com o som do maracatu e as cores do carnaval encherem meus olhos, não consigo mover uma palha em direção a isso tudo. Ontem até dei uma curtidinha de leve em um momento da programação carnavalesca da cidade, muito bem acompanhada, por sinal! Mas, como bem canta Vinicius “A felicidade do pobre parece a grande ilusão do carnaval. A gente trabalha o ano inteiro. Por um momento de sonho. Pra fazer a fantasia de rei ou de pirata ou jardineira. Pra tudo se acabar na quarta-feira. Tristeza não tem fim. Felicidade sim”...Amanhã é quarta-feira de cinzas! E, como o Brasil para (presente do verbo parar!!) no carnaval, é possível aproveitar o “tempo livre”. Eu, como mostrei no texto abaixo, realizei a mudança do apartamento. Mas hoje, como uma carnavalesca de quinta, além de ler Caio Prado Junior e ter um almoço muito agradável na casa de uma amiga, fiz algo muito bom: fui ao cinema. Há tempos quero comentar sobre a mística que envolve o cinema da UEL, que funciona no shopping Com-tour. O cine da UEL me relaxa... Me traz uma sensação de profunda liberdade. Falei de mística, pois há um clima que se repete... Sempre deixam boas músicas tocando (hoje tocava Chico Buarque). Primeiro acendem todas as luzes coloridas das paredes ao lado. E quando o filme está para iniciar, apagam as duas primeiras fileiras de luzes coloridas, mantendo uma e, enfim, quando o filme inicia, apagam todas as luzes. É como se estivessem abrindo uma cortina (amo o cine Com-tour! Amo a proposta cultural da UEL. Penso que a comunidade londrinense deveria aproveitar mais). Ao ir no cinema hoje ganhei um grande presente: o filme “O Solista”. E é sobre o filme que quero falar aqui. Já havia lido a sinopse no site da UEL... esperava bastante do filme. Esperava um drama que discute a existência. O “sentido”. Que faz chorar e pensar na vida. Mas o filme é muito mais que isso. Mostra o Estados Unidos real. A crise. A pobreza que afeta aquela população. Os desempregados em situação de rua. A criminalização da pobreza. O plano de tolerância zero (tão criticado por estudiosos da violência urbana, que têm uma postura progressista, à exemplo de Loic Wacquant). O caos da saúde pública dos EUA. As marcas deixadas pelo racismo. A violência. As drogas. Aponta como é tênue a linha que divide a sanidade da insanidade mental. Faz pensar sobre medicamentos prescritos para os transtornos mentais (lembrei-me que no ano passado estava a beira da loucura - ou dentro dela- , então recebi de um amigo, coincidentemente, um videozinho do Foucault, falando do papel da psiquiatria. Então disse ao meu amigo: “depois de assistir o vídeo resolvi esperar mais um pouco para procurar o psiquiatra e voltar a tomar bola”. E o amigo respondeu-me: “se você não procurar o psiquiatra hoje, ganhei meu dia”) Sim o papel da psiquiatria e dos remédios que acompanham deve ser repensando. “O Solista”, mostra de forma muito profunda, como “as vozes” atormentam. E, como a música, a criatividade, a arte libertam. Como a amizade verdadeira transforma. Até então parecia que o jornalista, da classe média americana, num tempo de “vacas magras”, pouca criatividade e muita cobrança, encontrou um mote. E foi isso mesmo. O jornalista Steves Lopez (vivido por um ator lindo!!!!), aproveita a história de Nathaniel Anthony Ayers para renovar seu trabalho... Mas a história se transforma em HISTÓRIA. Como também escrevi no post abaixo: o novo traz mudanças. E a relação se transforma. Quando o jornalista anda pelas ruas da “boca do lixo” de Los Angeles, chega na vida real. Quando pisa no “albergue” para sem teto, conhece figuras e histórias marcantes. Conhece a realidade, que até então não tinha visto com profundidade. E quando parece que o jornalista esta ajudando um “louco talento” perdido nas ruas. O “louco talento” quem o ajuda. O jornalista, re-pensa sua vida. O solista, re-acredita na vida. O jornalista reencontra-se no trabalho. O solista reencontra-se com o violão cello. O jornalista quer tirar o solista das ruas. O solista só quer tocar violão cello embaixo de um viaduto. O jornalista tenta resolver seu passado. O solista tenta viver o presente. E assim, as vidas se marcam. Transformam-se. Enquanto Steves Lopez retoma a criatividade que revoluciona, Nathaniel Anthony Ayers – N-A-T-H-A-N-I-E-L A-N-T-H-H-O-N-Y A-Y-E-R-S (quem assistir o filme saberá por que escrevo este nome soletrando-o!!!), volta a tocar violão cello. O filme mostra como a loucura está em todos. Somos loucos, um pouco mais ou um pouco menos, mas somos loucos. Mostra como a loucura não é tão louca como pensamos. E assim, segue uma história real, contada com muita sensibilidade e beleza. Com closes fechados nos rostos, nos olhares, nas lágrimas, nos sorrisos. Lindo filme. Lindo... E viva Ludwig van Beethoven!






http://www.osolista.com.br

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

sobre a mudança...

...é estranho. Comecei a minha mudança. Tentava afirmar para mim mesma que "casa nova, energia nova" (mesmo sendo casa igual, no mesmo prédio, no mesmo andar, do mesmo tamanho, com a mesma distribuição dos comodos) mas devo confessar, não acreditava muito que sentiria a mudança. Agora, escrevo para dizer: sinto a mudança! Quando atravesso o corredor do andar, levo as tralhas de uma porta para outra, tenho a sensação de que estou deixando algo para trás. Lembro de pessoas que passaram por lá. De momentos felizes. Companhia agradáveis. Mas também lembro de angustias profundas... E a esperança se renova. A esperança que vem em todo reveillon, aniversário e acompanha qualquer mudança, pois, via de regra, a mudança acontece junto da novidade... traz consigo "o novo". Trabalho novo, curso novo, amigos novos, amante novo, viagem nova, filme novo, música nova. Tudo que é novo, abre os portais para novas sensações. Novas vivências... Por isso, casa nova entra neste contexto. A casa não é só um lugar para abrigo... A nossa casa é onde nos fazemos e refazemos para a vida. A nossa casa é onde estamos. É onde nos fazemos. É onde somos o que somos. E, organizar a casa nova, tem sido uma terapia. Ao colocar as tralhas no lugar, mesmo com distribuição parecida da outra casa, parece que tudo é novo, muito novo. Agora, há uma diferença essencial... a localização do sol. Isso é essencial e me traz muita alegria. O apartamento antigo estava voltado para o oeste, para o pôr-do-sol, pegava todo o sol da tarde. É certo que tinha todos os dias o espetáculo do pôr-do-sol, lindo espetáculo todos os dias!!! O apartamento novo está voltado para o leste, para o nascer-do-sol, pega todo o sol da manhã. Uma diferença substancial! Terei todos os dias o espetáculo do nascer-do-sol!!! Amo o dia. Amo acordar cedo. Amo o sol da manhã no meu rosto. E sigo aqui. Sigo na arrumação e na resolução de pequenos inconvenientes que uma mudança traz. E que o sol da manhã me abençoe todos os dias.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

vida que tenho é a vida que tenho que pensar

...esta semana animei por conta da mudança. Pensei, como ensina Fernando Pessoa: "a vida que a gente tem é a que tem que pensar". Tenho a minha vida e ela é unica. A minha vida existe, é real, esta em movimento. Por isso, pés no chão! Tenho que pensar minha vida com base na realidade. Olhando para o que vivo e nada mais. Financiar o apartamento trouxe crises e mais crises. Medos. Mas hoje vejo que "a vida que tenho é a que tenho que pensar". Poder financiar uma apartamento foi algo que a vida que tenho me possibilitou. Agora, resolvi investir energia nisso. Matutei... Matutei... Tentei encontrar alternativas para mudar de apartamento dando uma cara nova para meu habitat. Para quem não sabe (na verdade escrevo este blog para mim mesma, afinal de contas, quem vai ter interesse em ficar lendo sobre um cotidiano comum... aqui cabe uma menção ao filme "Julie e Julia", que me fez pensar muito no "papel" do blog, afinal de contas, um blog só é lido quando traz um tema, debates ou desafios... e este meu, coitada de mim... só falo de minhas angustias particulares! desinteressante para o mundo, mas enfim, foi uma forma que encontrei para expressar!)... voltanto ao apartamento: financiei um apartamento no mesmo prédio que moro, mais que isso, no mesmo andar... ou seja, se não der uma cara nova, ficará muito sem graça... Então me debrucei em modelos de móveis, etc... e tive uma idéia: improvisação! Para o escritório, comprei madeiras de pinus (floresta renovável) para fazer prateleiras... pedi para fazerem dois cavaletes e comprei uma porta.` Pintei tudo, com patina, uma trabalho do cão e o que virou: uma porta sobre dois cavaletes, escrinavinha grande, como sempre desejei; madeiras brutas de pinho, prateleiras. Com isso, darei uma cara nova para o local de trabalho. Afinal de contas, escreverei uma tese debruçada naquela mesa. Vi também várias dicas para uso e abuso das chitas e das cores. Fiz almofadas, puffs, capa de sofa, cortina... tudo muito colorido. O velho se fez novo, pois já tinha as chitas (para enfeitar minhas festas)... meti a tesoura, peguei um colchão velho, cortei em partes menores e mandei bala. Colocarei pequenas almofadas no chão e possibilitarei um novo olhar... A minha casa esta de pernas pro alto. Uma bagunça só... tinta, madeira, maquina de costura na sala e muito pano espalhado. Quando olho penso: porque fui inventar esta moda. Mas logo vejo que preciso de invenções de moda para viver. Preciso de metas e desafios. A grande meta da minha vida, o doutorado, ficou um pouco de lado esta semana. Mas, para o doutorado andar, preciso de qualidade de vida. O financiamento do apartamento, que estranhamente, trouxe sensações doloridas, é agora algo que valorizo. Pensar em mudar é algo bom. Será quase tudo igual, mas casa nova: energia nova. Onde moro vivi ótimos momentos, mas também sofri bastante. Onde irei morar viverei ótimos momentos, mas também sofrerei. A vida é formada por momentos: ótimos e sofriveis... bons e ruins... alegres e tristes...e muito, muitos, muitos momentos sem graça. E é assim! É assim com todo mundo. E, estou repetindo para mim mesma todos os dias "a vida que tenho é a vida que tenho que pensar"...

abaixo, o poema completo:

Tenho tanto sentimento
Que é frequente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.

Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada
Qual porém é verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.

(Fernando Pessoa)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

minha amiga está grávida!!!!!!

... acabo de receber o telefonema de uma AMIGA dizendo que está grávida!!!!


uau!!! ela está grávida!!!!!! que notícia linda!

hibernada por dentro.

... hibernei na semana passada. Foi ótimo! Consegui ficar sossegadérrima em casa. Me alimentei bem. Além de cumprir a tarefa do trabalho do doutorado, aproveitei para pensar em minha vida. Assisti vários filmes. E, fiquei ensaiando para escrever um texto aqui no blog, mas não dei a devida atenção. Como escrever algo, a não ser sobre a questão do Haiti? Sim... pensei isso mesmo e quero preparar um texto legal para postar. Esta semana, queria continuar hibernando, mas que nada! Não rolou. Não foi possível. Entretanto, estou saindo de casa na marra... Estranho isso... Mas tudo se aproxima: a mudança, a nova casa, o retorno das aulas. Esta tudo perto. Muito o que fazer... Meio cansada. Meio ansiosa. Meio hibernada. Meio hibernada por dentro. Meio hibernada por dentro sem poder hibernar.