sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Maísa, Dalva e Andréa

antes de iniciar o texto, devo oferecer uma nota ao leitor ou leitora (acho que quase ninguém lê este blog, mas em todo caso vale a pena alertar!): estou falando de duas mini-séries da Rede Globo, isso mesmo... Falando das histórias apresentadas e das sensações que me trouxeram. Não conheço a história "sem fantasias" de Maísa, muito menos de Dalva... Mas, olhando as mini-sérias como filmes, pude refletir sobre as personagens centrais e sobre mim mesma...


... no ano passado, a Rede Globo, como todo janeiro, lançou a mini-série Maísa, a história de uma mulher a frente de sua época, livre, louca... Mulher muito admirida por mulheres progressitas, pois disse não aos padrões. Estranhamente, ao assistir alguns capítulos, vi que não sou tão progressita como pensava. As atitudes de Maísa, principalmente, para com seu filho, me trouxeram uma certa repulsa, e isso fez com que eu me sentisse mal, pois deveria admirá-la, mas, ao contrário disso, fui muito mais conservadora que imaginava... Maísa cantava sua dor, envolvia-se em escanda-los, viciou-se... levou a vida "pseudamente" livre... Vi naquela história muito mais exemplos de derrota que conquista.
... este ano, a Rede Globo, como de costume, lançou sua nova mini-série: "Dalva e Herivelto". História de um casal, que também marcou uma época. Um amor louco, repleto de conflitos. Diferente de Maísa, Dalva de Oliveira, apresenta muito mais características de sua época... Mulher que via as traições do marido, chorava, brigava, agredia, mas não tinha a coragem de romper, pois o amor, o louco amor, falava mais alto... Mas,vi em Dalva atitudes muito mais progressistas que em Maísa... Dalva de Oliveira, transformou sua dor em música (como Maísa)e vingou-se do ex-marido com suas melodias encantadoras... Deprimiu-se, alcoolizou-se mas continuou em pé... Dalva gritou: eu existo sem você! Mais que isso: Dalva provou que existia sem ele.
Maísa, liberdade acima de tudo, vários amores. Dalva, amor incondicional, entrega plena.
O jeito de amar da Dalva parece muito com o meu. O amor é intenso, intenso, intenso, que torna-se um fardo... um peso para alma. O amor é unicamente dedicado a uma pessoa. Tem um dono. A dor decorrente do fim da esperança, dilacera, corta fundo, mata por dentro. Mas a dor também serve para tempeirar a gana de subir novos degraus. A gana de dizer: eu sou! Eu existo!
A dor é intensa. A revolta amarga. A desilução mortificante. Mas a força que vem, sabe-se lá de onde, é reveladora.

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