quarta-feira, 25 de novembro de 2009

... ontem, recuei... fardo ou leveza?

Pela centésima vez, recuei de uma situação aventureira, cheia de delícias e perigo...
Quando recuo, lembro-me que o peso também traz realização vital... como mostra Milan Kundera na obra A Insustentável Leveza do Ser:

"Mas na verdade, será atroz o peso e bela a leveza?
O mais pesado fardo nos esmaga, nos faz dobrar sob ele, nos esmaga contra o chão. Na poesia amorosa de todos os séculos, porém, a mulher deseja receber o peso do corpo masculino. O fardo mais pesado é, portanto, ao mesmo tempo imagem da mais intensa realização vital. Quanto mais pesado o fardo, mais próxima da terra está nossa vida, e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve do que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-rei, que seus movimentos sejam tão livres, quanto insignificantes. Então, o que escolher? O peso ou a leveza?"...

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